quarta-feira, 3 de julho de 2013

Laor vê Santos 'renascido' para segundo semestre e nega racha


Presidente diz que ‘novo Peixe’ está em ‘transição’ e enxuto, descartando cunho político nas demissões que movimentaram os bastidores do clube

O segundo semestre teve início oficialmente somente na última segunda-feira. Desde as últimas semanas de junho, porém, o Santos se mexe para que os seis meses finais da temporada sejam mais vitoriosos que os iniciais, marcados pela irregularidade no Campeonato Paulista (apesar de ter alcançado a decisão, vencida pelo Corinthians), as saídas de Muricy Ramalho e Neymar e por demissões que mexeram com os bastidores da Vila Belmiro.

- Acho que foi um semestre de mudanças no Santos, no Brasil e no mundo. Tivemos um primeiro semestre de transição, trocamos de técnico, abrimos mão do maior ídolo santista dos últimos anos, e houve a frustração de ficar com o vice no Paulista, diferente do que nos acostumamos nos últimos três anos. Iniciamos uma reforma administrativa vigorosa para reduzir custos, e uma reforma na comissão técnica, também vigorosa e em pleno curso, para preparar o clube não só pra segundo semestre, mas para os próximos 18 meses, que é quando se encerra nosso mandato - avalia o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

Depois de um final de ano decepcionante, o 2013 santista iniciou promissor, com a esperada chegada de Montillo (mais cara contratação da história santista, tendo custado R$ 16 milhões aos cofres) aliada à vinda de Cícero, Renê Júnior, Marcos Assunção, Neto, Pinga e Guilherme Santos. No entanto, apenas Cícero, Renê e Montillo tiveram sequência - sendo que o argentino ainda não apresentou, pelo Alvinegro, o futebol que o consagrou no Cruzeiro. Neto agradou à torcida, mas só atuou quando Durval ou Edu Dracena não estiveram disponíveis. Assunção ainda busca espaço, enquanto Pinga foi dispensado e Guilherme vem treinando separado.

Sem empolgar, o Santos chegou à final do Paulistão, mas viu o sonho do inédito tetra ruir e o título ficar com o Corinthians. O vice foi um divisor de águas no Peixe, já que pouco após a final, Neymar se despediu para defender o Barcelona, rendendo € 17 milhões (R$ 50 milhões) ao Alvinegro, mais o acerto de dois amistosos contra o time catalão. Logo depois, foi a vez de Muricy deixar a Vila, contestado pela falta de resultados. Sem o treinador e o camisa 11, restou ao clube praiano se remontar, apostando na base campeã da Copa São Paulo deste ano e no técnico Claudinei Oliveira, que dirigia o sub-20 santista – aliados à dupla Henrique e Willian José, contratada depois do Estadual.

Após o início irregular no Campeonato Brasileiro, aliviado pela vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, na rodada que antecedeu a pausa para a Copa das Confederações, o Santos viveu quase três semanas de letargia – no que diz respeito ao futebol, é bem verdade. Fora de campo, os bastidores do clube efervesceram com as demissões dos advogados João Vicente Gazolla e Fábio Gonzalez e do superintendente de esportes Felipe Faro.

Laor (como é conhecido o mandatário), no entanto, rechaça a ideia de que as saídas tenham influência política e simbolizem uma divisão no Comitê de Gestão. Explica-se: nos bastidores da Vila, afirma-se que o colegiado está dividido em duas frentes, sendo uma favorável a Luis Alvaro e outra ligada a Pedro Luiz Nunes Conceição. O presidente não só nega o "racha" como destaca que, segundo o estatuto, é dele o poder para nomear e demitir membros do Comitê.

- Falar em grupo do Luis Alvaro e grupo do Pedro Luiz é de uma ingenuidade absoluta. Meu grupo é o Comitê de Gestão. Eu é que tenho o poder, pelo estatuto, de nomear e demitir membros do Comitê. Se eu mantenho (os membros). Podem existir divergências de opinião pontuais, mas isso a gente resolve internamente. Os princípios de governança são sábios. Quando o assunto é polêmico e não é unânime, se a votação deu cinco a quatro, o resultado na verdade é nove a zero, porque os quatro que pensavam diferente acabam assimilando a vontade da maioria - afirma.

- Se em algum momento houver alguma diferença em termos de pensar o Santos, eu tenho a faculdade de pedir que o lugar seja cedido para que possamos nomear outro - avisa.

Em meio às mudanças nos bastidores, o Santos priorizou, inicialmente, a busca por um novo técnico, mas fracassou nas conversas com Marcelo Bielsa e Gerardo Martino. Somente na semana passada o Peixe conseguiu trazer caras novas ao elenco, acertando as chegadas de Cicinho (Ponte Preta) e Eugênio Mena (Universidad de Chile), cada um por R$ 7 milhões.

Paralelo a isso, o Alvinegro confirmou a venda de Felipe Anderson ao Lazio, da Itália, por € 7,8 milhões (R$ 22,6 milhões) e a liberação de João Pedro e Paulo Henrique para o futebol português. O próximo a deixar a Vila deve ser o goleiro Rafael, alvo de uma proposta de R$ 15 milhões do Napoli, também da Itália.

Com alterações na comissão técnica e na diretoria e um elenco que começa a ficar enxuto (em quantidade e custo), Luis Alvaro se diz esperançoso para o "renascimento" do Santos a partir deste segundo semestre.

- Nosso objetivo é deixar um Santos melhor do que o que pegamos (em 2009). O Odílio e eu temos a obsessão de deixar um legado que é o Santos saneado financeiramente, reabilitado em termos de prestígio, importante na mídia, com número de sócios maior, mais democrático. Hoje, temos 66 mil sócios, um colégio eleitoral maior, sem estar preso a grupinhos que disputavam o poder em caráter quase que doméstico e paroquial. Esse Santos exemplar nasce no segundo semestre e será implantado até o fim de nosso mandato - conclui.

Globoesporte.com

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