segunda-feira, 8 de julho de 2013

Com meio time formado na base, Santos bate São Paulo no Morumbi


Giva, Neílton & Cia. se destacam em vitória do Peixe sobre o Tricolor; time alvinegro pula para décimo, e são-paulinos cobram diretoria por Muricy

Gustavo Henrique, Leandrinho e Neílton como titulares, Giva, Pedro Castro e Emerson entrando no segundo tempo. Com metade do time formado por garotos da base, o Santos venceu o São Paulo por 2 a 0, no Morumbi, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado fez o Peixe dar um salto na tabela - da zona do rebaixamento para a décima posição - e aumentou a pressão da torcida tricolor sobre a diretoria. Gritos de "Muricy" voltaram a ser ouvidos no estádio, no primeiro jogo após a demissão de Ney Franco, mas a diretoria definiu Paulo Autuori como meta.

A vitória por 2 a 0 não esconde o nível muito baixo do jogo, principalmente no primeiro tempo. Em vários lances, as equipes lembraram o Taiti na Copa das Confederações. Só faltaram os colares dos carismáticos jogadores da Polinésia Francesa para que o futebol praticado se igualasse ao da seleção saco de pancadas do torneio vencido pelo Brasil. O técnico Eddy Etaeta se animaria ao ver o clássico paulista num de seus piores momentos.

Melhor para o Santos, que se afasta da zona de rebaixamento com uma vitória fora de casa, e fortalece Claudinei Oliveira, técnico que levou o Peixe ao título da Copa São Paulo de Juniores em janeiro. Segundo a diretoria, que buscou um técnico estrangeiro, ele não pode mais ser chamado de interino. Caberá a ele dar uma cara ao Peixe órfão de Neymar, seu maior ícone em muitos e muitos anos.

O São Paulo vive situação muito diferente. Milton Cruz não deve ficar até o meio da semana. A diretoria quer Paulo Autuori, e sofre pressão da torcida para contratar Muricy Ramalho. Um dos dois, com currículos vitoriosos no Morumbi, terá a árdua missão de recolocar a casa em ordem, provavalmente, a partir dos próximos dias.

As duas equipes voltarão a campo na próxima quarta-feira. O São Paulo, pelo Brasileirão, recebe o Bahia, em jogo antecipado da 11ª rodada, já que o time paulista vai disputar torneios na Europa no início de agosto. O Peixe enfrentará o Crac, na Vila Belmiro, pela terceira fase da Copa do Brasil. É o primeiro jogo do confronto.

Ninguém marca...

Pobre Jadson! Há uma semana, ele entrava em campo ao lado de Neymar, Fred, Thiago Silva, e duelava com Iniesta, Xavi, Sergio Ramos... E no primeiro tempo, ele teve a dura missão e dar gols e mais gols para Luis Fabiano perder, e observar, do outro lado, as travessuras de Galhardo, Willian José e companhia.

O camisa 10 do São Paulo sobrou num primeiro tempo pífio, cheio de erros. Além dele, só é possível isentar Arouca, que se multiplicou no meio-campo do Santos, e os goleiros Rogério Ceni e Aranha. As zagas eram verdadeiras peneiras. Tanto que Leandrinho ficou cara a cara com o capitão tricolor e, talvez inspirado pelo corintiano Renato Augusto, tentou encobri-lo. Mas Leandrinho não é Renato Augusto.

Já Gustavo Henrique e Durval, em linha, cansaram de ver os atacantes tricolores receberem bolas em liberdade. A imensa maioria partiu dos pés de Jadson. Osvaldo, que se mexeu mais pelos dois lados do que na época de Ney Franco, deu dois cruzamentos para Luis Fabiano, mas o jovem Gustavo Henrique se recuperou do espaço deixado e travou o adversário.

Quando conseguiu se livrar dos defensores, o Fabuloso parou em Aranha, que antes já havia feito boa defesa em cabeçada de Rodrigo Caio. Cobrança de escanteio feita por Jadson, é claro, o único que, pelos primeiros 45 minutos, seria titular do Taiti sem contestações.

Com destaque para o duelo entre Galhardo e Juan, em que ninguém saiu ganhando, e a torcida saiu perdendo, a etapa inicial terminou com Lúcio marcando num dos maiores impedimentos de todos os tempos, em cobrança de falta de Rogério, e gritos são-paulinos pela volta de Muricy Ramalho.

Giva marca! E Cícero afunda

Até tu, Jadson? O melhor jogador do clássico recebeu um presente quase inacreditável depois que Lúcio deu dois chapéus, tabelou com Luis Fabiano e lançou o meia. O drible em Galhardo foi lindo, mas o chute passou muito perto do gol de Aranha.

O Santos voltou para o segundo tempo mais compacto no sistema defensivo, com os jogadores mais próximos, e com menos espaço. Faltava resolver o problema ofensivo. Neílton quase fez isso sozinho ao driblar Rodrigo Caio e Lúcio. Wellington, com um carrinho perigoso, mas providencial, acabou com a festa do menino que herdou a 11 de Neymar.


Mas quem resolveu mesmo foi Giva. Segundos depois de entrar no lugar de Willian José, ele correu para a área e completou cruzamento de Montillo. Cabeçada certeira, de fazer inveja aos outros atacantes que se cansaram de perder gols.

Em desvantagem, o interino Milton Cruz trocou Ganso, que não brilhou novamente, em posicionamento mais adiantado, e Denilson por Aloísio e Maicon, que costumam melhorar a equipe quando entram, mas estão sempre no banco. Não adiantou. O buraco entre a zaga e o resto do time do São Paulo aumentou, e o Santos se aproveitou bem. Montillo passou a participar mais da partida, que ficou sob controle.

Tão controlada que, em jogada parecida, cruzamento pela esquerda e cabeçada de dentro da área, Emerson achou Cícero, e o ex-tricolor fechou o placar. Totalmente sem força, os donos da casa nem sequer pressionaram. Totalmente satisfeitos, os visitantes tocaram pra lá e pra cá, gritaram olé, e deixaram a torcida esperançosa de uma campanha digna.

Globoesporte.com

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