Exigências de Bielsa fazem diretoria do Santos desistir do treinador

Salários em euros, numerosa equipe de assessores, multa rescisória no valor total do contrato, plenos poderes. Pedidos emperram negociação

As exigências do argentino Marcelo Bielsa estão fazendo o Santos desistir de sua contratação. Salários em euros, equipe com quatro auxiliares-técnicos, multa rescisória no valor total do contrato (ou seja, se o demitisse antes do término do vínculo, que iria até dezembro de 2014, o clube teria de pagar o valor equivalente aos salários de todo o período). Bielsa também pediu plenos poderes para comandar o futebol santista e exigiu só se apresentar em janeiro – até lá, deixaria um auxiliar comandando a equipe.

Alguns pedidos foram considerados normais pela diretoria, que aceitou negociar. Todos, não. Bielsa não abre mão de nenhum. Com isso, o Peixe repensa a tentativa de mexer no cenário com um técnico estrangeiro, de nome, com passagens por seleções importantes e que trouxesse novas ideias ao clube e ao futebol brasileiro. 

A princípio, o Comitê de Gestão do clube achava que valeria a tentativa. Diante de tantas exigências, não acha mais. A cúpula considera que o investimento é muito arriscado. Bielsa pediu salário superior aos 4 milhões de euros anuais (R$ 11,3 milhões) que ganhava na Espanha - os valores a serem pagos aos auxiliares também foram considerados altos pelos santistas.

Na última quarta-feira, o negócio estava quente. O clube chegou a congelar as negociações para saídas e chegadas de jogadores a pedido do argentino, que queria avaliar o elenco antes. O treinador até marcou uma visita à Vila Belmiro para esta quinta-feira: conheceria o clube, a estrutura, a comissão técnica, as categorias de base. No entanto, como a negociação emperrou, o encontro foi desmarcado.

Enquanto isso, Claudinei Oliveira, técnico do time sub-20, segue comandando a equipe principal.

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