terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fã de Neymar, Renê utilizou termo "monstro" para chocar

O duelo entre Santos e Atlético-GO aconteceu há quase duas semanas, mas as declarações de René Simões sobre o atacante Neymar continuam repercutindo. Nesta segunda-feira, o técnico comentou o caso e explicou os motivos de ter dito que um "monstro" está sendo criado no futebol brasileiro.

"Chamei a um debate público, para que se tenha cuidado com esse menino, que é um fenômeno jogando bola", disse o comandante, ao SporTV. "Como homem público, educador, tinha de usar alguma palavra forte para que chocasse. Existem jogadores que realmente viraram monstros".

Eu gosto do futebol que o Neymar joga. Em nome desse futebol arte, fiz o meu chamado ao debate publico sobre esse menino, que é um fenômeno. Me chamou muito a atenção quando, no quarto gol, o árbtiro o chamou para retornar ao seu campo e ele não deu a mínima. Eu disse ao árbitro: 'você tem responsabilidade na educação desse menino, você deveria ter marcado as faltas e mostrado o cartão'", comentou.

"Tenho três filhas e as eduquei assim, chamando a atenção. Eu nunca quis o mal do Neymar, mas espero que ele e todo o futebol brasileiro tenham se incomodado com o fato", explicou René, que se disse fã do camisa 11.

"Utilizei a palavra no sentido desportivo. Nunca faria nada pelo mal do Neymar, ao contrário. Sou fã número um e vou comprar o bonequinho dele", afirmou, citando o boneco lançado pelo Santos em homenagem ao jogador.

René ainda comentou o desfecho do episódio, que ocasionou a saída de Dorival Júnior da equipe praiana.

"A função do cargo de treinador pertence só ao treinador, não cabe a diretoria nenhuma. No entanto, meu cargo é do clube, logo não foi feito nada ilegal. Mesmo assim, temos de discutir a parte que tange à moral, à ética. Estamos cansados dessas mensagens de superioridade. Eu tinha que usar algo forte, para que chocasse as pessoas. Sabe a mensagem que demos aos jovens com isso? Se for talentoso, poderoso, pode chegar no guarda e dizer: 'sabe com quem está falando'?", criticou.

Bastante questionado sobre Neymar, o técnico do Atlético-GO afirmou que trabalharia sem nenhum problema com o atacante, mas descarta assumir o Santos no momento.

"Eu estou empregado, não largo nenhum clube em que estou trabalhando. Não aceitaria o convite agora. Mas trabalharia com ele sim, por que não? Ia procurar ao pessoas ao redor dele para conversar com ele", disse.

Por fim, René comentou sobre o "rodízio de faltas" no atacante, e mostrou um ponto de vista diferente: "para mim não existe esse rodízio de faltas. Ele roda o campo todo, é normal que os jogadores que fazem falta nele sejam diferentes. O rodízio não é proposital. Ele está na ponta direita, vai armar o jogo, vai para a ponta esquerda, ele é um fenômeno".

Após o jogo entre Santos e Atlético-GO, na Vila Belmiro, René Simões havia recriminado o comportamento do jogador santista.

"Eu poucas vezes vi alguem tão mal educado desportivamente como esse rapaz. Alguém educa esse rapaz ou vamos criar um monstro. Estamos criando um monstro no futebol brasileiro", disse René na ocasião.

Gazeta Esportiva
Foto: Getty Images

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