Crise santista que teve jovem atacante como pivô vira pauta no jornal americano uma semana após a demissão de Dorival Júnior
A crise do Santos, que culminou com a demissão do técnico Dorival Júnior, há uma semana, virou assunto no jornal americano "The New York Times". Diz o site do veículo que a "jovem estrela corre o risco de se queimar". A extensa matéria, assinada por Rob Hughes, fala de grandes promessas que se confirmaram, como Romário, Ronaldo, Ronaldinho e Kaká, e jovens que hoje procuram evoluir no exterior, como o ex-companheiro de Neymar no Santos, André, que está no Dínamo Kiev-UCR; Alexandre Pato, revelado pelo Inter, e que está no Milan-ITA, e Philippe Cutinho, que deixou o Vasco para jogar pelo Inter de Milão-ITA.
Diz o jornalista que Neymar é o jogador mais atraente da nova geração e que um mês após brilhar no amistoso em que o Brasil derrotou os Estados Unidos por 2 a 0, o jovem de 18 anos foi deixado de fora da lista elaborada pelo técnico Mano Menezes para as partidas de outubro contra Irã e Ucrânia. E cita o problema que Neymar teve com Dorival Júnior na partida contra o Atlético-GO que gerou a punição ao atleta e culminou com a demissão do técnico.
"O Santos é o clube de origem de Neymar, assim como já foi de Pelé - seu primeiro e único time brasileiro, onde jogou mais de mil jogos. Mas, enquanto Pelé é um daqueles que imploram para Neymar ficar no Santos, para seu próprio bem, as suspeitas estão crescendo de que vai para a Europa na janela de transferências em janeiro. O dinheiro é apenas parte do problema. 'Estamos criando um monstro no futebol brasileiro', disse outro treinador brasileiro muito viajado, René Simões, na semana passada. 'Alguém tem que educá-lo para o bem do esporte'', publica o jornal americano.
"The New York Times" diz ainda que Neymar se compara a Pelé em 1959 (na verdade seria 57, ano em que o Rei começou a jogar entre os profissionais), ou Maradona, em 1976. "O jovem pode zombar de profissionais mais experientes com a bola nos pés, mas o caminho rápido para a fortuna é carregada de armadilhas. Ele pode ser ferido, pode cair em tentações, poderia ser explorado".
O jornalista analisa a atitude do jogador quando xingou o treinador dizendo que o ato não foi em si monstruoso, mas faz o alerta com a comparação acima: "Este é um homem jovem, mas de quem toda ação está na câmera. A nação assiste, debate, critica, elogia. O medo de que ele possa desenvolver mais hábitos de Maradona do que de Pelé exercita a mente de um país onde o futebol está tão enraizado".
No perfil traçado de Neymar, ele é um homem-criança que "fez o que os adolescentes de hoje fazem", ao usar o Twitter para pedir desculpas a Dorival Júnior. E diz que o atacante teve responsabilidade na demissão do treinador. Por fim, relata a recente tentativa do Chelsea-ING de contratá-lo, a resistência do Santos, que "triplicou o seu salário", e que agora "procura uma estratégia de marketing para recuperar o custo".
"O Santos, portanto, espera inverter a tendência que levou todos os grandes brasileiros para a Europa por décadas. Com a Copa do Mundo programada para chegar em 2014 e a economia do país melhorando, os brasileiros esperam colher os frutos de seus próprios super-astros embrionários. Vamos ver. Notícias persistem de que o Chelsea vai voltar no próximo ano e poderia ser superado pelo Juventus-ITA na busca por Neymar. Conterrêneos de Neymar, Philippe Coutinho e Pato já foram jogar na Itália.
A previsão é que eles formem o tridente na nova escalação do Brasil para a Copa do Mundo. Porém, ser estrangeiro não é fácil. Pato, vendido para o Milan com apenas 17 anos de idade, era casado e se divorciou antes de seu 21º aniversário este mês. Sua ex-esposa, a atriz Sthefany Brito, já culpou o futebol, por ocupar muito de seu tempo".
Globoesporte.com
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