sexta-feira, 18 de maio de 2018

Opinião: derrota para o Luverdense escancara limitação do elenco do Santos


Peixe se classifica às quartas de final da Copa do Brasil, mas seu time misto deixa péssima impressão ao perder para um time da terceira divisão

Por Globoesporte

Enquanto o time misto do Palmeiras ganha jogos até de Libertadores, e os reservas do Grêmio encaram de igual para igual qualquer time do Brasileirão ou do torneio continental, o Santos "alternativo" perde (2 a 1) para o Luverdense, sexto colocado no Grupo B da Terceira Divisão nacional. Prova de que o elenco do Santos tem muitas carências e que, em algum momento, Jair Ventura terá de escolher qual competição priorizar.

Por enquanto, o Peixe segue vivo – e bem – nos três torneios: Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Nestes dois últimos, de mata-mata, só conhecerá seu próximo adversário em sorteios depois da Copa do Mundo. Até lá, é foco total no Brasileirão, a começar pelo clássico contra o São Paulo, domingo, no Morumbi.

O que foi esse jogo no Mato Grosso?

Difícil descrever a atuação do Santos na derrota para o Luverdense. O Peixe entrou só com dois titulares (Vanderlei e Jean Mota, de volta à lateral esquerda) e tinha uma vantagem enorme (fez 5 a 1 no jogo de ida). Jogador pode até negar publicamente, mas é evidente que, em situações assim, a concentração não é a mesma. Até o sempre constante Gustavo Henrique cometeu deslizes que pareciam de falta de atenção.

O que se discute aqui é a falta de qualidade do elenco como um todo, e "desentrosamento" não é desculpa. Time reserva treina mais do que o titular, já que, em vários casos, os principais jogadores são poupados por conta do desgaste da maratona de partidas. Então não dá para dizer que Vecchio não conhece as características de Copete ou Arthur Gomes, por exemplo. A atuação ruim do Santos (principalmente desse trio) é pura limitação técnica.

Diego Pituca começou jogando, Calabres entrou no intervalo (no lugar de Yuri), e ambos mostraram que têm alguma qualidade, mas não a ponto de brigarem por vaga no time. Sem sombra, o titular que joga sempre se acomoda. E isso cria um círculo vicioso em que ninguém ganha. Só o Santos perde.


Santos, com reservas, perdeu para o Luverdense por 2 a 1, mas avança na Copa do Brasil porque havia vencido o jogo de ida por 5 a 1 (Foto: Euclides Oltramari Jr / Futura Press)

A única coisa positiva a ser destacada é a vontade de Yuri Alberto. Correu o tempo todo entre os zagueiros, brigando pela bola, tentando se deslocar para receber em condições de finalizar. Perdeu a maior oportunidade que teve, é verdade (já no fim do jogo, cansado). Mas, se tivermos em mente de que se trata de um garoto de 17 anos com apenas sete meses no time profissional, dá para relevar esse erro.

E agora?

Jair viveu dias conturbados após a goleada humilhante para o Grêmio (5 a 1 em Porto Alegre, no domingo retrasado). Deu uma sorte danada porque os jogos seguintes foram contra Luverdense e Paraná na Vila Belmiro (vitórias por 5 a 1 e 3 a 1). Por isso, o clássico contra o São Paulo pode ser a oportunidade de mostrar que suas novas ideias (veja abaixo) podem fazer com que o Santos jogue bem também fora de casa.

O que deve ser visto no Morumbi:

  • Eduardo Sasha como um falso 9, centralizado e brigando com os zagueiros (coisa que Gabriel não consegue fazer), abrindo espaços e eventualmente voltando para ajudar na armação;
  • Gabriel aberto na direita, com liberdade para trazer para dentro;
  • Rodrygo saindo da esquerda para o centro (sem ficar "esquecido" na ponta);
  • Vitor Bueno tendo mais uma chance no meio;
  • Victor Ferraz e Dodô se alternando no apoio pelas laterais.

Por enquanto, só Alison e Lucas Veríssimo têm demonstrado regularidade em 2018. Até Vanderlei já andou falhando. Se nem os titulares emplacam uma boa sequência, o que esperar dos reservas? Que o Santos esqueça logo a derrota para o Luverdense (até porque ela não representou nada no fim das contas) e foque no Brasileiro. Vencer um clássico fora de casa traria a confiança que esse grupo parece não ter, principalmente como visitante.

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