segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Entenda por que o Santos não conseguiu derrotar o Vitória no Pacaembu

Peixe se mostra desorganizado e só consegue arrancar empate em 2 a 2 do segundo melhor visitante do Campeonato Brasileiro graças a um gol contra


Um time desorganizado na defesa e no ataque. Assim foi o Santos no empate em 2 a 2com o Vitória, na noite desta segunda-feira, em duelo da 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Diante de um rival que joga muito melhor quando é visitante, o Peixe não se achou no Pacaembu e só não saiu derrotado porque contou com a ajuda de Ramon, autor do gol contra que decretou o placar final.

Em resumo, isto foi o Santos:

O ataque não funcionou sem Bruno Henrique, vetado por questões físicas. As melhores jogadas vieram de cruzamentos isolados, não de lances trabalhados;

Copete jogou muito mal e contribuiu decisivamente para o primeiro gol do Vitória ao perder bola para Neilton;

A defesa, que começou o jogo como a melhor da competição e costuma ser o ponto forte do time, falhou duas vezes e se mostrou determinante para o resultado;

Lucas Lima jogou tão abaixo do que pode que deixou o gramado vaiado pela torcida.

Para um time que precisava vencer para reduzir a distância em relação ao líder Corinthians, ficou o resultado ruim e a impressão negativa para a reta final da temporada – já são dois jogos seguidos sem ganhar.


Time sente ausência de Bruno Henrique

Quem esperava por um Vitória fechado, à espera do Santos, logo entendeu por que o time baiano é o segundo melhor visitante do campeonato. A equipe dirigida por Vagner Mancini mostrou lucidez, paciência e qualidade, principalmente para contra-atacar.


Pressionado em seu campo de defesa e com posse de bola inferior (44% a 56%), o Peixe sofria por não ter Bruno Henrique – baixa devido a dores na panturrilha esquerda. Sem ele, Lucas Lima tentava exercer a função tática do atacante: abrir pela esquerda para receber e puxar o ataque. Faltou ao camisa 10, porém, ser mais vertical.


Função tática de Lucas Lima: faltou verticalizar as jogadas (Foto: GloboEsporte.com)

Faltou, também, Copete se adaptar ao lado esquerdo, onde ocupou a faixa de campo de Bruno Henrique. Acostumado a jogar pela direita, o colombiano se atrapalhou em alguns lances tolos, como no que originou o primeiro gol do Vitória. Ele perdeu para Neilton, que puxou o contra-ataque até a bola chegar a David.


Gol do Vitória! David recebe na área, dribla Vanderlei e abre o placar, aos 22 do primeiro tempo

Solução e drama pelo alto

O gol do primeiro empate santista, ainda no primeiro tempo, repetiu estratégia que funcionou contra Palmeiras e Ponte Preta: bola na área em direção a Ricardo Oliveira. A diferença, desta vez, foi que o camisa 9 não marcou. Jean Mota, com apenas 1,72 m, conseguiu subir mais do que Juninho (de 1,71 m) para cabecear.


Gol do Santos! Zeca cruza, e Jean Mota empata de cabeça, aos 35 do primeiro tempo

A arma que machucou o Vitória, porém, também feriu o Santos. Foi pelo alto que Wallace (1,84 m) ganhou de David Braz (1,88 m) para tirar do Peixe o posto de melhor defesa do campeonato – agora, são 19 gols sofridos, contra 18 do líder Corinthians.


Gol do Vitória! Neilton cruza, e Wallace cabeceia pra marcar, aos 19 do segundo tempo


Pouco antes desse gol, Levir tentara dar outra dinâmica ao seu time. Trocou Copete e Matheus Jesus por Serginho e Vecchio, respectivamente. Assim, jogou Jean Mota para a faixa esquerda de campo, deixou Serginho na direita e deu a Lucas Lima um parceiro para dividir a armação.

Como ficou o Santos após as duas primeiras substituições feitas por Levir (Foto: GloboEsporte.com)

O segundo gol do Santos, porém, nada teve a ver com táticas, substituições ou mudança de postura em campo. Veio de um gol contra bizarro marcado por Ramon, após cabecear contra a própria meta uma bola cruzada por Daniel Guedes.


Gol do Santos! Daniel Guedes cruza, e Ramon marca contra, aos 24 do segundo tempo

Na verdade, em momento algum o Peixe pareceu um time ciente do seu papel na partida. Com pouco mais de 20 minutos para buscar a virada, as tentativas de chegar à frente eram muito mais na base da vontade do que na técnica. Lucas Lima, vaiado pela torcida, parecia disperso. Foi quem mais errou passes na equipe: oito.

Levir ainda tentou trocar Jean Mota por Lucas Crispim. O último lance da partida, no entanto, retrata a noite infeliz do Santos. O próprio Crispim recebeu na esquerda e, ao cortar para dentro, adiantou a bola, perdendo a posse. Um fim de jogo melancólico para uma equipe que parece cada vez mais distante da briga pelo título.  Globoesporte

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