segunda-feira, 10 de julho de 2017

Nilmar fala em retomar alto nível no Santos: "Venho para me resgatar"


Atacante é o sétimo reforço do Peixe para a temporada. Sem atuar desde maio de 2016, ele chega com vínculo até o fim de 2018 em busca de recuperação do bom futebol

Sétimo reforço do Santos para a temporada, Nilmar foi apresentado no início da tarde desta segunda-feira, no CT Rei Pelé, pouco depois do anúncio oficial de sua contratação. O atacante, que não atua em partidas oficiais desde maio de 2016, disse que veio ao Peixe para resgatar seu futebol.

Nilmar foi contratado do Al Nasr, dos Emirados Árabes Unidos, onde, por questões contratuais, passou esse período de mais de um ano apenas treinando e participando de amistosos. Por isso, ele sabe que enfrentará desconfiança em seu retorno ao futebol brasileiro.

– Quando eu fiquei sem jogar, sabia que encararia isso aqui ou em qualquer outro lugar. Um jogador com meu histórico, ficar um ano sem jogar, gera desconfiança normal no futebol. Minha motivação está dentro de mim. Eu tenho responsabilidade de voltar ao alto nível. Sempre atuei em alto nível. Esse ano foi difícil. Venho para me resgatar. Encontrei grandes profissionais. Eles sabem o tamanho do meu desejo de voltar a jogar – disse o reforço do Peixe, em entrevista coletiva.


Nilmar foi apresentado no Santos nesta segunda-feira (Foto: Gabriel do Santos)

Com o longo período sem entrar em campo, o mais novo atacante do Santos vai passar por uma intertemporada para aprimorar a forma física. Ele já iniciou um trabalho de recuperação e reforço muscular no Cepraf do clube e deve ficar à disposição do técnico Levir Culpi em até dois meses. Nilmar explicou seu histórico de lesões e não estipulou um prazo para estrear pelo Alvinegro.

– Nunca gostei de falar de prazo. Deixo para o pessoal que está me cuidando. Luiz Rosan (fisioterapeuta) me conhece bem, trabalhei com ele na Seleção. Meu problema é físico, não clínico. Muitos falaram de lesão. Sempre encarei isso na minha carreira por ter dois joelhos operados. Mas não tive mais problemas graves de lesão depois desses anos – afirmou.

– Não consegui jogar no último ano, participava de amistosos, mas por problemas contratuais e não de lesões. Queria jogar amanhã, mas tenho que estar preparado para a maratona do futebol brasileiro. Trabalho três horas de manhã e mais três de tarde. Passo o dia todo no clube. O último ano foi difícil pra mim, é difícil estar fora, fiquei sem atuar. É o que eu sei e gosto de fazer. Me sinto bem chegando a 33 anos (aniversário do atacante é no próximo dia 14) – emendou.

Nilmar passou por fases turbulentas nos Emirados. Seu antigo clube quis vendê-lo, mas o atacante recusou a proposta, que não era vantajosa financeiramente. Além disso, ele já estava adaptado ao país, vivendo com a família. Como resposta, os árabes o deixaram na geladeira.

– Levei toda a família e queria pelo menos dois anos lá. Depois de uma temporada, alguns clubes procuraram, não era compensatório sair pela parte financeira e de vida. Filhos no colégio, família adaptada... Acabou fechando a janela, contrataram outros e eu não fui inscrito. Participei de treinamentos e amistosos. É difícil de explicar, só quem está lá sabe o que eu passei. Não vale a pena questionar muito. Eu sabia como funcionava lá, mas é bola para frente. Não guardo mágoa – completou.



Nilmar vestirá a camisa 18 do Santos (Foto: Gabriel dos Santos)


Veja outros trechos da entrevista de Nilmar

Concorrência no ataque - Ricardo Oliveira e Kayke
Sempre houve briga sadia por posição. Quem ganha é o Santos. Cada um vai buscar o seu espaço. O professor Levir vai ter muitas opções. Espero que todos continuem no nível alto e que eu possa brigar também.

Firmar-se em um clube depois de rodar bastante
Eu fiquei três anos na Espanha. Joguei mais pelo Inter. Todas as minhas negociações tiveram as três partes de acordo. É sempre bom ficar mais tempo no clube para criar identidade, mas atacante, quando está bem, vem o pessoal de fora e leva. A carreira é curta e as oportunidades aparecem. Tive carreira sólida em termos contratuais. Quatro anos no mundo árabe, foi a parte financeira que fez com que eu fosse para lá. Com família, estresse, mudança de colégio, é um desgaste que não quero ter. Quero ter um ano e meio no Santos, quem sabe mais, correspondendo dentro do clube.

Escolha pelo Santos e Seleção
Já estive próximo do Santos quando saí do Corinthians, não vim por detalhes. Quando soube da nova oportunidade, não pensei duas vezes. Hoje, não foi a parte financeira que pesou. Nunca tinha ficado sem jogar sem estar lesionado. Foi um ano difícil. Tive problemas contratuais. Venho muito motivado. Gostaria de entrar em campo com meu filho, ele só me viu seis meses no Inter. Minha família está muito motivada com a minha volta. Seleção, eu encaro dentro de campo, não tenho que falar agora.

Retorno ao Brasil e negociações
Imaginava a liberação, mas acabaram me prendendo lá. Não consegui sair antes. Esperava pelo clube que me abrisse as portas, poderia ser de fora do Brasil também. Aqui no Brasil seria um pouco mais fácil porque me conhecem. Quando o Santos apareceu, foi uma oportunidade única. Comecei a amadurecer a ideia e não via a hora de voltar a treinar e estar à disposição.

Procura de outros clubes
Empresários e representantes me procuraram, mas nada concreto. Não teve como avançar pelo grande problema contratual. Era inviável. Tive procura, mas nada concreto. O mais concreto foi o Santos.

Desempenho na Arábia
Fiz 20 gols na primeira temporada. Considero um número bom. Lá, a cobrança é grande internamente, os sheiks contratam para fazer dois gols por jogo, mas não é assim. Sempre há transações. Joguei durante quatro anos no mundo árabe, em três clubes por lá. Não aceitei uma proposta, entramos nesse conflito e eu fui mais prejudicado, mas consciente do que eu estava fazendo.

Função
Minha característica é a velocidade. Eu me adapto fácil. Já joguei pelo lado, de centroavante e até no meio. Já joguei nessas funções e não vejo dificuldade. Estando bem condicionado, consigo fazer.

Voltando a falar da parte física
Preciso me condicionar bem. Estou praticamente morando no CT para voltar o mais rápido possível. Vim pela vontade de vencer. Estou em condições de render. O Santos é uma porta que se abre.

Nilmar de 2005
O tempo passa, mas eu me encontro bem. Sei da minha responsabilidade e de tudo que eu fiz no passado. Mas, sem dúvida nenhuma, não há ninguém que queira estar mais em alto nível do que eu. Com a estrutura e os profissionais, farei o máximo para voltar a atuar em alto nível.

Estilo do Santos
Não tem como não gostar. Time ofensivo, veloz, que sempre faz gols e tem um meia que dispensa comentários (referindo-se a Lucas Lima). Fica fácil se adaptar a um elenco como o do Santos. 

Globoesporte

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