terça-feira, 6 de junho de 2017

Análise: cofre pressiona, e novo técnico do Santos deverá ter elenco enfraquecido


Clube, que apresentou déficit de R$ 10 milhões recentemente, terá que vender jogadores no meio do ano para fechar as contas; substituto de Dorival herdará grupo que não justificou expectativas

Há pouco mais de dez dias, o Santos apresentou o balancete do primeiro trimestre de 2017 com déficit de quase R$ 10 milhões, situação bem diferente da planejada no orçamento para o ano, que previa superávit de R$ 36 milhões no período.

A diretoria justificou o resultado com a opção pela manutenção e reforço do elenco vice-campeão brasileiro em 2016. Entre o campo e os cofres, escolheu a primeira opção, não vendeu ninguém e investiu em novos atletas.


Apesar disso, e apenas seis meses depois, o substituto de Dorival Júnior, demitido no último domingo, terá à disposição um grupo mais fraco do que aquele que terminou 2016 para as disputas do Brasileiro – de começo sofrível –, Copa do Brasil e Libertadores.

Exceção a Lucas Lima e ao goleiro Vanderlei, os demais jogadores não conseguiram repetir o desempenho do ano passado. Os que chegaram à Vila Belmiro em janeiro pouco acrescentaram – só Bruno Henrique é titular, mas longe de ser uma unanimidade.

O capitão Ricardo Oliveira é símbolo dessa queda: o atacante de 37 anos, que perdeu a pré-temporada para cuidar de uma caxumba, hoje ostenta os piores números dos últimos dez anos de sua carreira – quatro gols em 17 jogos.


Não é um caso isolado. Renato, outro veterano que se afastou no começo da temporada para tratar uma lesão, também não consegue repetir suas melhores atuações.

Os reforços não reforçaram. Bruno Henrique conquistou a titularidade, mas não justificou, ainda, o investimento de R$ 13,5 milhões. Sem espaço, o zagueiro Cleber, que custou R$ 7,3 milhões, quase foi negociado com o São Paulo recentemente para aliviar a folha salarial.

As contas que não fecham vão pressionar ainda mais o próximo técnico santista.

A diretoria, que vira e mexe nega ou minimiza notícias de atrasos nos pagamentos, conta com a venda de pelo menos um jogador na próxima janela de transferências para tapar os buracos. Thiago Maia, Vitor Bueno e Zeca, jovens revelações, estão na vitrine, e o clube não fará esforços para evitar que eles saiam. Muito pelo contrário.

O próximo técnico também não deve esperar contratações. Mais de uma vez, tanto o presidente Modesto Roma Júnior quanto o diretor de futebol Dagoberto dos Santos declararam que não pretendem ir ao mercado, a não ser em "negócios de oportunidade" – que envolvam pouco ou nenhum dinheiro (e que, por consequência, gerem pouca ou nenhuma esperança nos torcedores).

O Santos começou a temporada como a equipe a rivalizar com o Palmeiras, vitaminado por um casal de mecenas, mas a expectativa não se confirmou. A troca de treinador não parece suficiente para mudar o cenário atual. globoesporte

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