segunda-feira, 25 de julho de 2016

Orgulho de Roraima, Thiago Maia se emociona: “Sofri muito até aqui”


Jogador de 19 anos do Santos lembra trajetória, doença da mãe e esforço do pai até chegar ao Santos: “Já vi Ricardo Oliveira, Robinho dando entrevista, hoje sou eu”

O sonho de Thiago Maia começou bem distante do Rio de Janeiro. Foi em Boa Vista, capital de Roraima, que o volante começou a jogar. Numa entrevista coletiva um pouco fora do padrão de outros jogadores, o garoto de 19 anos se emocionou, brincou, disse que Marquinhos é feio e que ele poderia ser modelo se não fosse jogador. Em alto astral, ele lembrou a trajetória que o levou até hoje ser companheiro de seleção do ídolo Neymar – a quem vai pedir para gravar um vídeo para o pai -, mas também contou as dificuldades para chegar até o sonho da medalha de ouro.

- Fico muito feliz de estar aqui. Quando fui convocado, me emocionei muito. Lembrei do meu pai, que sempre lutou pelos meus direitos e sonhos. Apesar do futebol de Roraima não ser como aqui dos outros estados, consegui chegar aqui. Sofri muito para chegar até aqui, com a minha família, com a minha mãe e meu pai. Minha mãe teve câncer quando eu tinha oito anos, sou evangélico, temos muita fé em Deus. A gente sofreu bastante e... (se emociona)... E penso que é sonho que estou vivendo desde criança. Espero corresponder à seleção. Já vi Ricardo Oliveira, Elano, Robinho dando entrevista aqui, hoje sou eu. A ficha não caiu ainda – disse o jogador do Santos.


Thiago Maia se emociona durante coletiva da seleção brasileira (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)

Ansiedade pela estreia


Nas redes sociais, Thiago se intitula “orgulho de Roraima”. Em entrevistas recentes, chegou a comentar que preferia ir para Boa Vista, capital roraimense, do que ir para Disney. O início foi na rua, em escolinhas do bairro, até passar em testes e pegar estrada rumo a São Caetano, a ponte para chegar ao Santos. O jogador saiu de casa aos 13 anos, algum tempo depois de ver a mãe curar um câncer no intestino, que marcou sua infância. 

- Ela ficou careca, perdeu sobrancelha, foi momento muito difícil - lembrou após a coletiva. 

Mas as tristezas ficaram para trás e ele consegue hoje falar do assunto com leveza. Bem-humorado, combinou com William – lateral do Internacional, o outro entrevistado da tarde desta segunda-feira – de fazer entrevista mais descontraída. Desligado, demorou a entender que a série de perguntas tinha ordem: primeiro para ele, depois para William. 

- Vocês não vão falar com ele não? – dizia a cada vez que ouvia a pergunta direcionada para si. 

Um pouco mais tímido, mas também brincalhão, William provocou Thiago e disse que não lembrava dele ter feito gol algum nos treinos – como o jogador do Santos contou durante sua entrevista coletiva. Se Thiago tem como ídolo Mascherano, do Barcelona, o colorado mira em Cafu, o último capitão brasileiro a erguer a Copa do Mundo em 2002, além de um alemão de má lembrança para os brasileiros, Philip Lahm – que estava em campo na goleada por 7 a 1 no Mineirão há pouco mais de dois anos. 

Ansiosos para o início da competição, os jogadores contam as horas para o dia da estreia. No próximo sábado, às 16h30, o time olímpico enfrenta o Japão, no Serra Dourada. A estreia na Rio 2016 é dia 4 de agosto, contra a África do Sul. 

- O Brasil sempre vai entrar como favorito, tem que ser. É um sonho jogar olimpíada no Brasil com a nossa torcida e só de imaginar ver a torcida cantando o hino já me deixa emocionado também. Vamos viver esse sonho e vamos buscar essa medalha de ouro – disse o lateral do Internacional.

Globoesporte.com

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