segunda-feira, 9 de maio de 2016

Santos volta no tempo, segura Audax e comemora mais um título; análise


Com lesões de Lucas Lima e Ricardo Oliveira, Peixe abre mão da posse de bola e joga no contra-ataque, como em 2015. Resultado: sétimo Paulistão em 11 anos

Dorival Júnior precisou voltar a 2015 para levar o Santos ao 22º título do Campeonato Paulista. O time com o poderoso ataque formado por Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira, e que passou todo o estadual encurralando adversários na Vila Belmiro, mudou na grande decisão. O Peixe do toque de bola voltou a ser o Peixe dos contra-ataques para superar o surpreendente Audax e ficar com a taça, algo que parece ter virado rotina – foi o sétimo título do Paulistão em 11 anos e a oitava decisão consecutiva. 

Santos recua no campo de defesa para explorar contra-ataques (Foto: Tossiro Neto)

O técnico santista passou os primeiros meses da temporada disposto a mudar a cara da equipe. O Peixe do ano passado concentrava seu jogo em contra-ataques tendo como base a precisão de Lucas Lima nos passes, a velocidade de Gabriel e Marquinhos Gabriel e a pontaria de Ricardo Oliveira. 

Dorival, porém, queria mais. Queria um time moderno, com posse de bola, triangulações e muita movimentação ofensiva. Conseguiu até com certa facilidade pelas peças que tem no elenco. O Santos jogou assim (e bem) durante toda a primeira fase do Paulistão e chegou com méritos à decisão depois de avançar nos pênaltis contra o Palmeiras. 

Mas apareceu o Audax no caminho alvinegro. Após o empate por 1 a 1, em Osasco, o treinador precisou voltar à temporada passada por conta das lesões de dois de seus três principais jogadores: Lucas Lima e Ricardo Oliveira tiveram de jogar "no sacrifício".O meia aguentou só 24 minutos em campo. O atacante se arrastou até a etapa final – e ainda assim conseguiu ser decisivo.

Dorival sabia que, se lançasse a equipe ao ataque, poderia oferecer espaços em demasia. O Santos esqueceu a posse de bola e permitiu que a equipe de Fernando Diniz fizesse o que mais gostasse: trocasse passes à exaustão até chegar à área rival.



O Audax foi melhor no início. O Santos teve muita dificuldade para marcar o meio de campo adversário, principalmente Camacho. Curiosamente, Dorival só conseguiu corrigir o erro depois que Lucas Lima voltou a sentir dores no tornozelo direito e deixou o campo, aos 25 minutos. Paulinho entrou aberto pela esquerda, e Vitor Bueno atuou mais centralizado. 


Era o que Peixe precisava para travar o time de Osasco e encontrar o contra-ataque que tanto esperou. Vitor Bueno roubou a bola perto da área, escapou de um marcador e lançou com precisão. Ricardo Oliveira disparou livre, colocou a boca entre as pernas de Bruno Silva e fez um golaço.

A vantagem deu tranquilidade ao Santos no segundo tempo. Dorival manteve as linhas defensivas bem próximas da área para atrair Fernando Diniz. O Audax chegou a colocar uma bola no travessão de Vanderlei, mas sem conseguir uma grande pressão. Os números mostram a eficiência alvinegra. O Peixe obteve 40 desarmes e nove bolas roubadas. Era uma muralha na entrada da área. 

Os espaços para os contra-ataques aumentaram ainda mais com o passar do tempo. Joel, aos 36, fez um gol mal anulado pela arbitragem. O Audax ainda tentou nos minutos finais, mas parecia sentir que não daria para furar o bloqueio. O Santos, nos contra-ataques, como em 2015, é o campeão paulista! 


Santos comemora seu 22º título paulista (Fotos: Marcos Ribolli)

Globoesporte.com

Nenhum comentário: