quarta-feira, 20 de abril de 2016

Santos vê Lucas Lima muito "marrento" pós-seleção e o orienta a falar menos

Após uma rápida crise com Ricardo Oliveira por não liberar o jogador para o futebol chinês, o Santos começou um trabalho para colocar o meia Lucas Lima na "linha". O UOL Esporte apurou que dirigentes santistas e até profissionais de outros departamentos do clube, consideram que o jogador ficou 'marrento' após alcançar o status de atleta de seleção brasileira.

A principal insatisfação gira em torno das últimas entrevistas do jogador – tanto coletivas, como exclusivas. O camisa 20 já cobrou aumento para os companheiros e pediu gratidão ao clube caso receba propostas da Europa no meio desta temporada.

Por conta disso, Lucas Lima já foi aconselhado pela diretoria santista a 'falar menos'. O atleta 'visitará' pouco as salas de imprensa do clube e, quando for convidado para as entrevistas exclusivas, o conselho é que ele evite polêmicas e deixe o assunto sobre seu futuro para ser tratado internamente.

"O Santos Futebol Clube tem como diretriz considerar que possíveis vendas de atletas ocorram somente nos casos em que a transação se justifique, quer por exigências contratuais, oportunidade de preço - que assegure reposição do mesmo nível de qualidade - ou decisão técnica. Nesse sentido, não cogita a venda do atleta Lucas Lima, que possui contrato firmado com o clube até o final de 2017 e apresenta excelente desempenho dentro de campo", informou o clube em nota aoUOL Esporte.

Além do problema em relação às entrevistas, Lucas Lima teria mudado seu comportamento internamente após chegar a seleção. Segundo alguns funcionários que preferem não se identificar, o atleta mantém ótimo relacionamento com os jogadores, mas não tem o mesmo trato com o restante. Até os habituais "bom dia, boa tarde e boa noite" são esquecidos pelo meia quando se tratam de profissionais de outros departamentos do clube.

O meia também teria deixado o estilo mais comedido, humilde, por um estilo mais 'marrento', incluindo provocações, dancinhas e músicas de funk. Nem o pastor do time, Ricardo Oliveira, conseguiu converter Lucas Lima, apesar do meia gostar das reuniões e comparecer de vez em quando. "Desconhece (o clube) também os boatos que dão conta sobre um possível 'descontentamento' do referido atleta, seja com o elenco ou diretoria. Ao contrário, Lucas Lima está totalmente integrado ao clube, onde desfruta de ótimo ambiente e goza do respeito e admiração de todos", afirmou o Santos sobre o assunto, na nota enviada ao UOL Esporte.

Ideia do Santos é manter Lucas Lima até o fim de 2017

A ' novela' Lucas Lima deve esquentar quando abrir a janela de transferências da Europa no meio do ano. O atleta pretende sair nesta janela, já o Santos pretende mantê-lo até o fim do contrato, em 31 de dezembro de 2017.

A estratégia tem uma lógica. O Santos possui apenas 10% dos direitos econômicos do jogador e, dependendo do valor da proposta que chegar da Europa, o montante destinado ao clube paulista sequer ajudaria para a reposição do meia no mercado do futebol.

Lucas Lima está preocupado com a intenção da diretoria, pois sabe que dificilmente algum clube pagará a multa rescisória de seu contrato com o Santos, estipulada em 60 milhões de euros (R$ 245 milhões).

A diretoria santista, por sua vez, acredita que os clubes interessados não pagariam nem a metade do valor da multa – 30 milhões de euros (R$ 122 milhões).

Neste caso, por exemplo, o Santos ficaria apenas com 3 milhões de euros (R$ 12 milhões), menos da metade do que foi oferecido por Ricardo Oliveira no início do ano. O camisa 9 ofereceu R$ 26 milhões do próprio bolso para ser liberado para o futebol chinês, mas o presidente Modesto Roma recusou.

A cúpula santista entende que não encontrará nenhum jogador para substituir Lucas Lima por R$ 12 milhões. O caso de Marquinhos Gabriel no início do ano é utilizado de exemplo na Vila Belmiro. O Al-Nassr, da Arábia Saudita pedia, no mínimo, US$ 4 milhões (R$ 14 milhões) para liberar o jogador e só aceitou liberá-lo ao Corinthians na semana passada por US$ 3 milhões (R$ 10,7 milhões).

Uol

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