sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Conselheiros do Santos decidem processar Odílio Rodrigues; expulsão é adiada


O Conselho Deliberativo do Santos decidiu na noite desta quinta-feira, por ampla maioria, formalizar o desejo de que a atual diretoria acione Odílio Rodrigues na Justiça comum por gestão temerária. Se condenado, o ex-presidente pode pegar até dois anos de prisão.

A exclusão de Odílio, que também era aguardada, foi adiada em função da Comissão de Inquérito e Sindicância não ter apresentado um parecer definitivo, o que deve acontecer até março.

Como o Santos adota um Comitê Gestor para gerir o clube e as decisões não podem ser tomadas exclusivamente pelo presidente, os integrantes do grupo então liderados por Odílio seriam réus na mesma ação. São eles: José Berenguer, Luiz Fernando Vendraminni Fleury Filho, Francisco Cembranelli, José Paulo Fernandes, Ronald Luiz Monteiro, Luis Claudio de Aquino Barroso Pereira e Thiers Fleming Camara Junior.

Agora, resta saber se Modesto Roma Júnior, sucessor de Odílio e atual presidente santista, irá acatar a orientação do Conselho Deliberativo e buscar o ressarcimento de eventuais prejuízos na Justiça comum. Modesto já sinalizou que deve agir de acordo com o desejo do CD. Porém, será necessária a confirmação oficial.

Um fato que surpreendeu a quem acompanhava a reunião do CD na Vila Belmiro foi a atitude da Comissão de Inquérito e Sindicância de se abster da decisão dos conselheiros por questões éticas. Antes mesmo dos primeiros pronunciamentos e da votação, dois membros da CIS subiram à tribuna e explicaram que o parecer da comissão ainda não está finalizado. Assim, a CIS não quer ser responsabilizada por nenhuma influência nas decisões tomadas pelos conselheiros na reunião desta quinta.

Odílio Rodrigues, 73 anos, foi vice-presidente de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro e assumiu o clube de forma interina em agosto de 2013 por causa de uma licença médica de Laor. Em maio de 2014, Luis Álvaro renunciou ao cargo definitivamente e Odílio automaticamente comandou o clube até dezembro daquele ano. Antes disso, Odílio Rodrigues foi conselheiro efetivo e vice-presidente do Conselho Deliberativo no biênio 2000/2001.

Histórico

A reunião extraordinária desta quinta, a primeira do ano, foi marcada pelo fato de 231 membros do CD seguirem o parecer da Comissão Fiscal e reprovarem o balanço do clube referente a 2014, em junho do ano passado. A gestão de Odílio foi responsável por um déficit aprovado de R$ 58,9 milhões. Um prejuízo de R$ 18,3 milhões, em comparação com o balanço de 2013.

A empresa Parker Randall foi responsável pela auditoria do balanço que apontou diversas irregularidades. O documento da CF questionou a relação do Santos com o grupo de investimento Doyen Sports.

Os 13 milhões de euros gastos na contratação de Leandro Damião são bastante abordados, além de casos de desrespeito ao estatuto do clube em algumas manobras financeiras, como a venda de parte dos direitos econômicos de Gabriel, Geuvânio e Daniel Guedes para o mesmo grupo Doyen Sports, sem o consenso do Comitê de Gestão, a poucos dias de deixar o cargo.

Modesto Roma Júnior, assim que sucedeu Odílio na presidência, também encontrou o clube com diversos compromissos em atraso. Elenco de jogadores e funcionários não recebiam salários há meses, empresas terceirizadas também tomaram calotes e a dívida do clube aumentou de forma notável.

ESPN

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