quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Mesmo sem dinheiro, Santos vai bem no mercado; veja os erros e acertos

Peixe contratou 14 jogadores em 2015 e só gastou para comprar o goleiro Vanderlei do Coritiba. Ricardo Oliveira é o principal destaque dos que chegaram em janeiro

O Santos virou o ano em crise. Sem dinheiro, o clube não tinha como fazer contratações. Pior: não havia nem como pagar salários em dia. Por isso, perdeu Arouca, Damião, Eugenio Mena e Aranha na Justiça por causa de salários atrasados. Parecia prenúncio de um ano catastrófico. Nada disso.

Com contratações certeiras e um excelente trabalho em campo, principalmente nos jogos na Vila Belmiro, o Santos se encontra hoje no G-4 do Brasileirão, com um título paulista conquistado e na condição de finalista da Copa do Brasil, além de ter saldo positivo nos clássicos contra os três rivais da capital e com jogadores na Seleção principal (Ricardo Oliveira e Lucas Lima) e na sub-23 (Zeca e Gabriel).

O presidente Modesto Roma Júnior, que assumiu o Peixe em janeiro, conseguiu se virar, reforçar o elenco com gasto quase zero e ter sucesso (veja lista abaixo).

O Alvinegro contratou 14 jogadores na temporada: Vanderlei, Leandro, Nilson, Neto Berola, Valencia, Rafael Longuine, Marquinhos Gabriel, Marquinhos, Elano, Chiquinho, Leonardo, Werley, Ledesma e Ricardo Oliveira. Gastou apenas para tirar o goleiro Vanderlei do Coritiba, mas para obter o restante pagou apenas luvas (prêmio pela assinatura do contrato) e salários. 

Considerado como uma "aposta" em janeiro, o atacante Ricardo Oliveira foi o maior acerto do Santos. Aos 35 anos, o centroavante é um dos líderes do elenco e artilheiro da equipe e do futebol brasileiro no ano, com 36 gols. Marquinhos Gabriel, Vanderlei e o técnico Dorival Júnior foram outros sucessos da diretoria. 

Poucos reforços não caíram nas graças da torcida. Werley andou falhando no início do Brasileirão e caiu em desgraça, mas ainda é muito utilizado por Dorival Júnior. O mesmo não se pode dizer de Leonardo, Leandro, Ledesma e Marquinhos, que tiveram poucas oportunidades, é verdade, mas não renderam o esperado.

Veja abaixo a lista de acertos e erros do Santos na temporada:


RICARDO OLIVEIRA: voltou ao clube em janeiro com contrato só até o fim do Campeonato Paulista, mas provou logo que merecia muito mais. Com 11 gols, foi o artilheiro do estadual e se tornou um dos líderes do elenco, dentro e fora de campo. Renovou o vínculo por três anos, cresceu ainda mais de rendimento e agora é o goleador do futebol brasileiro em 2015, com 36 gols. Foi tão bem que acabou sendo chamado de volta para a seleção brasileira. 

MARQUINHOS GABRIEL: o meia foi contratado do Al-Nassr, da Arábia Saudita, por empréstimo até o fim da temporada. Com primeiro semestre irregular, a diretoria santista pensou em rescindir o seu contrato. Mas, após a chegada de Dorival Júnior, o camisa 31 ganhou oportunidades, tornou-se titular com a lesão muscular de Geuvânio e já soma nove gols e seis assistências em 2015. O clube quer renovar com ele. 

VANDERLEI: o Santos precisava de um goleiro após Aranha rescindir seu contrato na Justiça por atrasos de salário. E a contratação do então ídolo da torcida do Coritiba foi um tiro certo. O camisa 1 se tornou titular absoluto. O jogador ainda ficou afastado dos gramados por três meses devido a uma cirurgia na face, esteve no banco de reservas por alguns jogos depois, mas retomou a posição e é um dos pilares da equipe.

DORIVAL JÚNIOR: depois de ser campeão paulista dirigido pelo técnico Marcelo Fernandes, o Santos teve um início de Campeonato Brasileiro muito ruim. Na zona de rebaixamento, a diretoria apostou no treinador que conquistou estadual e Copa do Brasil em 2010. E deu certo. A boa campanha, principalmente na Vila Belmiro, com 15 vitórias em 15 partidas, fez com que o Peixe voltasse a figurar no G-4 do Brasileirão após três anos. 

THIAGO MAIA: uma das maiores contratações do Santos na temporada foi de um jogador que, na verdade, já estava no clube. O jovem volante se destacou ainda com vínculo de amador e salário de apenas R$ 4 mil mensais. Por isso, rapidamente chamou a atenção de clubes rivais e da Europa. O Santos penou pelo menos dois meses para conseguir renovar o contrato que expiraria em fevereiro. Mas conseguiu segurar a "joia", que assinou por mais quatro temporadas.


WERLEY: o zagueiro foi emprestado pelo Grêmio em janeiro e até foi titular na campanha do título paulista, mas nunca teve a confiança plena dos santistas. Erros consecutivos e a má fase no início do Campeonato Brasileiro fizeram com que o jovem Gustavo Henrique ganhasse a sua posição. Com vínculo a se encerrar em 31 de dezembro, o defensor não está nos planos da diretoria para 2016.

LEONARDO: reserva do Ituano na disputa do Paulista de 2016, o zagueiro foi contratado para compor elenco, mas foi pouco utilizado - foram apenas alguns minutos em duas partidas pelo Brasileirão. Na ausência dos titulares, o técnico Dorival Júnior preferiu dar oportunidades ao jovem Paulo Ricardo.

MARQUINHOS: o meia foi contratado depois de jogar pelo Audax no Campeonato Paulista. Mostrou ter velocidade nas poucas oportunidades que ganhou - foram sete jogos -, mas não fez gols ou deu assistências. Perdeu espaço com as chegadas de Neto Berola e Leandro, além da recuperação de Geuvânio, e não tem sido utilizado.

LEANDRO: o atacante, que pertence ao Palmeiras, foi um pedido de Dorival Júnior. A contratação foi um dos poucos erros do treinador no retorno ao Santos. O jogador herdou a camisa 7, de Robinho, mas não substituiu, nem de longe, o ídolo santista em campo. Foram 14 jogos e apenas um gol. 

LEDESMA: o experiente volante, ex-Lazio, de 33 anos, chegou ao Santos com o perfil desejado para a possível disputa da Libertadores em 2016. Mas com o bom desempenho da dupla de volantes titular - Thiago Maia e Renato -, o argentino naturalizado italiano atuou apenas em duas partidas.Ele foi apresentado em setembro, quando pediu um tempo para recuperar a condição física. Recebendo mais de R$ 100 mil por mês, ele tem um dos salários mais altos do elenco.

Globoesporte.com

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