sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Belga do Manchester diz: 'Sempre foi um sonho defender o Brasil'


Andreas Pereira, filho de pai brasileiro e que defende a Seleção olímpica, conta sua trajetória na Europa e afirma que gostaria de um dia jogar pelo Santos, seu time

Nascido na Bélgica, filho de pai brasileiro e santista de coração, Andreas Pereira, jogador do Manchester United, é um dos jovens tupiniquins que estão na Europa e nunca jogaram no Brasil.

Marcos Pereira, seu pai, ex-jogador, partiu cedo para a Bélgica e por lá fez sua carreira. Já estabelecido, levava Andreas para treinar nos clubes em que atuava, até que o PSV viu potencial no garoto de nove anos e o levou para a Holanda.

Após disputar partidas com o sub-15 e sub-17 do selecionado belga, ele decidiu seguir seu sonho e defender as cores verde e amarela. Destaque do último Mundial sub-20, em que foi vice-campeão e autor do gol brasileiro na final contra a Sérvia, foi chamado por Dunga e Rogério Micale para o amistoso da Seleção Olímpica contra a França na próxima terça-feira.

Com a confiança de Louis Van Gaal e os conselhos de Juan Mata e Bastian Schweinsteiger, Andreas espera ajudar o Brasil a conquistar o sonhado ouro olímpico e se firmar no time principal do United.

L!: Seu pai é uma referência para você? Como foi seu início?

Eu sempre vi meu pai jogando, queria ser igual a ele, sempre quis ser jogador desde pequeno. Em todo time que meu pai jogou na Bélgica eu ia treinar. O último time dele foi em uma cidade que faz fronteira com a Holanda, de lá eu fui para o PSV.

L!: Como você foi parar na Inglaterra?

Teve um torneio que a gente foi até a final com o PSV aqui em Manchester, nós jogamos, muitos olheiros estavam observando. Viemos visitar o clube e eu queria ficar, não havia outro lugar que eu quisesse senão o United.

L!: Você dividiu sua formação entre a Inglaterra e a Holanda, quais as principais diferenças ?

Na Holanda são mais focados na técnica, até comparam com o estilo brasileiro. Não olham tanto para a tática, aprendemos a tática só quando ficamos mais velhos, com uns 15 para 16 anos. Na Inglaterra, eu aprendi o outro lado do futebol, parte tática, correria, parte física.

L!: O que te motivou a jogar pelo Brasil?

Para mim sempre foi um sonho jogar pela Seleção Brasileira, desde pequeno. Só que quando eu era mais novo, eles estavam mais focados em jogadores no Brasil. Depois fui jogando pela seleção belga e tive a oportunidade pela primeira vez para disputar um torneio lá na China com a sub-20, aí eu fiquei muito feliz e não tive nenhuma dúvida, fui direto jogar pela seleção brasileira.

L!: Por não ter jogado no Brasil, você sentiu diferença em relação aos seus colegas de Seleção brasileira?

Aqui no Manchester United ou no PSV, sempre me falam que eu tenho o estilo brasileiro. Quando fui jogar com a Seleção me senti mais à vontade, com jogadores e estilos iguais, mais habilidosos. Eu não tive nenhum problema, me senti normal no meio de todo mundo.

L!: Como foi a derrota no Mundial sub-20? Sonha com uma medalha Olímpica?

Foi uma grande tristeza, a maior da minha carreira, mas não é sempre que a gente ganha, né? Fizemos uma grande participação, mostramos qualidade. Eu não pensava em Olimpíadas, estava focado no meu clube, em fazer uma boa pré-temporada e só depois que veio a lista que passei a pensar nisso, mas penso em medalha sim, claro. 

L!: A Seleção pode te ajudar a ganhar espaço no United?

Uma coisa ajuda a outra, né? Eu estando bem no clube, fará bem para a Seleção, eu estando na Seleção fará bem ao clube. Voltei do Mundial e fiz uma boa pré-temporada, mais motivado, com mais moral. As coisas caminham juntas, então, sem dúvidas, a Seleção vai ajudar muito.

L!: Como é sua relação com Louis Van Gaal, seu treinador?

Ele gosta do meu futebol, conta comigo, conversa sempre. Minha relação é muito boa, ele é um grande treinador, diferenciado, vencedor, dá pra notar que o trabalho dele é acima da média. Ele conversa com todos os jogadores, ouve.

L!: Quem é que mais te ajuda por aí? Em quem você se espelha?

São muitos jogadores com quem me identifico. O Schweinsteiger, por exemplo, converso muito com ele, peço conselhos, ele me ajuda. Outro é o Mata, que é da minha posição, ele me fala o que e como fazer durante os treinos. Aqui no Manchester somos uma família, um ajuda o outro, não tem jogador mala.

L!: Pretende jogar por aqui algum dia? Tem essa vontade?

Eu gostaria de jogar pelo Santos, que é meu time, mas não sei, ainda tenho muito tempo na Europa, quem sabe um dia! Sou muito novo, mas tenho vontade de jogar no Brasil sim.

Ficha técnica

Nome
Andreas Hugo Hoelgebaum Pereira

Nascimento
1/1/1996 - Duffel, Bélgica

Posição
Meia-atacante

Clubes na base
PSV-HOL (2005 a 2011)
Manchester United-ING (2012 a 2014)

Clubes como profissional
Manchester United-ING (desde 2014)

Lancenet

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