quarta-feira, 1 de julho de 2015

Por que Robinho não pode ser crucificado por deixar o Santos



Muito se falou sobre a saída de Robinho, do Santos, nos últimos meses. Craque de um time que foi campeão paulista e entrou em grave declínio técnico (muito por causa da sua convocação para a Seleção), o camisa 7 esteve especulado em diversas equipes do Brasil e de fora.


Foi cotado no Cruzeiro, no Flamengo, no Querétaro e por último, no Guangzhou Evergrande, da China. Assim como Paulinho, Ricardo Goulart e outros brasileiros, Robinho tomou o rumo mais rentável para a sua carreira. No entanto, não é mais uma simples questão de abandonar o seu clube do coração para ganhar dinheiro, até mesmo porque, o atacante não viu a cor da grana desde que retornou ao Peixe, na segunda metade de 2014.

Como líder e grande jogador de um time repleto de jovens, Robinho fez o que pôde para manter o time em alto nível. Mas os atrasos da diretoria acabaram por tirar alguns dos principais medalhões do elenco. Aranha, Arouca e Mena deixaram a Vila Belmiro pelo mesmo motivo que Robinho está deixando, ainda que sem acionar o time na Justiça.

Há quem diga que ele deveria continuar na Vila, mesmo sem receber. Afinal, para um jogador consolidado e com fartura na conta bancária, deve ser fácil jogar de graça, mesmo que involuntariamente. Sabemos que as coisas não funcionam assim.

Como trabalhador, ele tem todo o direito de buscar melhores condições. É pai de família e o fato de não ser mais de classe média não desabona a sua transferência para a China, em uma fase que sim, trata-se mais de independência financeira do que competitividade esportiva.

Robinho, que já não é mais nenhum menino, no alto de seus 31 anos, não ganhou o mundo como se esperava, mas atuou por equipes de ponta. Voltou ao Santos para ser novamente campeão e levantou a taça do Paulista, como capitão, neste ano. Incomodado com o fato de ter uma dívida em aberto e que demoraria muito a ser paga, o atleta fez o que qualquer homem faria quando se sente enganado ou explorado.

Podemos até discutir que a China não é o lugar apropriado para um jogador que ainda tem muito a oferecer, mas não é bem este o tópico que cabe nesta discussão. Robinho não precisa se colocar em uma posição de sacrifício, pois claramente o Santos não fez a sua parte para honrar o compromisso firmado.

O difícil é ter de ver um ídolo deste tamanho passar pela situação horrível que é ser chamado de mercenário. O que claramente não é o caso. E vale reiterar: quem fica sem receber em dia, como está voltando a ser comum no futebol, tem todo o direito de buscar melhores condições. Se vai para a China, para a Índia, para o Paquistão ou o Tajiquistão, aí é outra história.

Enquanto caras como Tévez e Milito voltam para a Argentina por muito menos dinheiro do que recebiam, outros deixam a terra natal para fazer o famoso ‘pé de meia’, encher os bolsos de dinheiro, visando uma segurança financeira para depois da aposentadoria. O passo natural das coisas é mesmo esse de Robinho, por mais que a sua ida para o Guangzhou seja fortemente criticada.

Só é difícil julgar e exigir que todos se comportem como os argentinos. Afinal, nem só de paixão vive o ser humano. Exemplos como o de Tévez e Milito devem ser idolatrados, não tomados como modelo a ser aplicado para todo atleta. Até mesmo porque, no futebol, quem vive de amor é a torcida. Os jogadores dependem mesmo é de resultados.

Torcedores.com

2 comentários:

alemao disse...

E mercenario sim senhor. alaz nao so ele todos. pra mim os unicos q jogavam por amor e Pele e compahia dos anos 60 ate os anos 80.

paulo xavier disse...

Concordo !!! Mercenario sim !!!