segunda-feira, 15 de junho de 2015

Ídolo da Seleção e do Santos, Zito é enterrado em Roseira-SP



José Ely de Miranda, o Zito, morre aos 82 anos de idade; após velório em Santos, sepultamento é realizado na cidade natal do ex-jogador, no Vale do Paraíba
O ex-volante da seleção brasileira e do Santos, José Ely de Miranda, o Zito, foi enterrado às 17h05 desta segunda-feira, em Roseira, interior de São Paulo. O corpo do ex-jogador chegou à cidade natal às 16h30 e passou na Câmara Municipal antes de seguir para o cemitério da cidade. No local, debaixo de chuva, familiares e amigos fizeram uma oração para o bicampeão mundial (1958 e 1962) antes do sepultamento.

Na pequena Roseira, município de nove mil habitantes em que Zito nasceu e foi criado, o clima era de luto nesta segunda-feira. A esposa de Zito, dona Cecília, estava muito emocionada. Ela se sentou ao lado do caixão e não conseguia segurar as lágrimas. A viúva preferiu não dar entrevistas. O túmulo onde José Ely foi enterrado fica ao lado do de Eliete, filha de Zito. 

Segundo o filho do eterno craque do Peixe, Zito faleceu em decorrência de uma insuficiência respiratória causada por uma infecção pulmonar. Ele faleceu na noite desse domingo, 14, na casa onde morava, em Santos. A causa oficial da morte ainda não foi divulgada, mas em 2014 ele ficou 34 dias internado na Santa Casa da Misericórdia após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Desde então, recebia cuidados em casa e necessitava de enfermeiros em tempo integral. O velório do jogador aconteceu na manhã desta segunda, em Santos.

O ex-volante é tido como um dos maiores do Santos e da Seleção Brasileira. Revelado pelo Esporte Clube Taubaté (SP), Zito chegou ao Santos em 1952. Vestiu a camisa do Alvinegro até 1967, onde jogou ao lado de Pelé, Pepe, Coutinho e companhia. Foi bicampeão da Libertadores e do mundo com o Peixe em 1962 e 1963. Também participou das conquistas da Taça Brasil (61, 62, 63, 64 e 65), do Rio-São Paulo (59, 62 e 64) e do Paulistão (55, 56, 58, 60, 61, 62, 64, 65, 67). Ao todo, foram 727 jogos e 57 gols.

Com a seleção brasileira, Zito foi campeão da Copa do Mundo em 1958 e 1962, na Suécia e no Chile, respectivamente. Também disputou o mundial de 1966, na Inglaterra. Com a morte de Zito, restam seis campeões mundiais de 1958 vivos: Dino Sani, Zagallo, Pelé, Moacir, Mazzola e Pepe.

Após encerrar a carreira, Zito passou a trabalhar nas categorias de base do Santos. Dentre os atletas que revelou, destaque para Robinho e Neymar.

Filho de Zito destaca origem humilde

Em Roseira, após o enterro do pai, o filho de Zito falou à imprensa. José Ely, emocionado, destacou a história de vida simples do pai.


- A história contada pela vida de um rapaz simples, um menino humilde, saindo da cidade pequena. Que foi sempre muito determinado naquilo que amou que foi o esporte. Foi para Taubaté primeiro. Foi para Santos. E de lá ganhou o mundo. Não só por ser um atleta profissional. E pelos títulos. Mas por ser uma pessoa maravilhosa, de um coração enorme. Uma figura humana fantástica. Companheiro. Cuidadoso com a família, com os amigos. Ele é eterno - declarou.

O Rei Pelé também falou sobre a morte de Zito.

– Tivemos tantos momentos memoráveis juntos e orgulhosamente representamos o Brasil em todos os lugares que fomos. Ele foi uma figura paterna para mim, quando entrei pela primeira vez para o @SantosFC e, ao longo dos anos, tornou-se um grande mentor e um ótimo amigo – escreveu Pelé nas redes sociais.

Globoesporte.com

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