terça-feira, 16 de junho de 2015

Alex fala em saudade de Santos e desejo de voltar ao Santos


No Milan (Itália) e de férias no Brasil, zagueiro afirma que a primeira opção no Brasil é o Peixe

Prestes a completar 33 anos, Alex pode se considerar o jogador do Santos mais bem-sucedido no exterior. Em 11 anos, o zagueiro atuou em quatro grandes times de quatro países diferentes – e representativos no cenário do futebol. O mais, digamos, humilde, foi o PSV, da Holanda, primeiro da série. 

Tanto que, em função de sua venda, ocorrida em 2004, não terminou o Nacional daquela temporada pelo Alvinegro, mas é considerado campeão – assim como em 2002 – porque atuou em algumas partidas. Depois vieram o Chelsea, da Inglaterra, o Paris Saint-Germain, da França e, atualmente, o Milan. Com mais um ano de contrato (até junho de 2016) com os italianos, o defensor crê que seu futuro depende do nível da temporada que fará. 

O jogador, inclusive, disse que o Santos conversou com ele há dois meses, mas ficou sem resposta. “Tenho saudade e vontade de voltar ao Brasil”, afirma, em entrevista por telefone para A Tribuna.

Como é jogar em um Milan, time acostumado ao sucesso, mas agora em um mau momento? Ou Milan é Milan e você não leva isso em conta?

Claro que, no começo da temporada, cria-se uma expectativa, tanto dos torcedores quanto dos jogadores. No ano passado foi a mesma coisa com o Seedorf e esperávamos neste ano algo diferente. Cheguei motivado para fazer uma boa temporada, mas foi muito longe daquilo que o Milan merece, daquilo que ele é e representa. Ficamos em décimo, enquanto no ano passado, em nono. Não foi bom para ninguém. Ficou evidente que precisamos de uma melhora urgente para a próxima temporada. Infelizmente, foi uma temporada muito abaixo. Tivemos vários jogadores lesionados. Claro que isso não é desculpa. Fizemos muito pouco mesmo.

Depois do término do ano de contrato que resta com o Milan, como você projeta o seu futuro? Seria ainda na Europa ou voltando ao Brasil?

Claro que eu sempre converso com minha família e tenho saudades do Brasil, tanto de jogar quanto de viver. Mas é o que eu sempre digo: no ano passado, quando saí do Paris Saint-Germain, eu até pensava em voltar, mas fiz uma temporada muito boa. Aí surgiram várias coisas e quando surgem várias coisas boas financeiramente e de clubes grandes, além de você ver que tem condições de continuar jogando e bem, você acaba ficando. Espero por essa temporada. Vamos ver o que acontece. Vou fazer de tudo para ter uma boa temporada, como um bom profissional. Se fizer uma boa temporada, tanto técnica quanto fisicamente na Europa, eu fico. Senão, tenho que procurar outras coisas. Tenho saudade e vontade de voltar ao Brasil.

A propósito, você visitou o CT Rei Pelé na terça-feira. Bateu uma saudade? Ou seja, se tiver que voltar, a principal opção seria o Santos?

Com certeza. Tenho apartamento em Santos, minha esposa é daqui, a gente gosta da Cidade, as crianças nasceram aqui e claro que tenho como objetivo voltar ao Santos. Foi o clube que me revelou. Gosto daqui, tenho vários amigos. Todas as vezes que venho de férias estou para rever todos eles.

Seu nome, por sinal, voltou recentemente ao noticiário. O presidente Modesto Roma Júnior tinha viajado à Itália para tratar sobre Robinho, mas também havia interesse em repatriá-lo. O Santos chegou a procurá-lo ou o Milan informou você a respeito?

Falei, sim, com o Santos. Faz aproximadamente uns dois meses. Não foi com o Modesto. Foi com o José Renato Quaresma (integrante do Comitê de Gestão). Conhecia ele já. É a pessoa que eu conheço do clube. Ele me procurou e conversamos por telefone. Foi uma boa conversa, mas coloquei as condições que tinha, dentre elas a que eu tinha mais um ano de contrato, e que tinha vontade, sim, de voltar, mas que achava difícil, mesmo pela temporada ruim que fizemos. No pouco que conversei com o (Adriano) Galliani (vice-presidente do Milan), tinha mais ou menos uma ideia de que eles não iam me liberar. Mesmo assim, falei com o Santos. Eles conversaram com ele. Pelo visto, não deu certo. Mas também não tive resposta. Não encontrei o presidente lá. Soube pela imprensa que ele esteve. O que eu sei é que eu tenho que me apresentar ao Milan dia 6 de julho.

Quem sabe no final de seu contrato...

Verdade. Mas é o que eu falei: a gente nunca sabe no final da última temporada o que pode acontecer. Se for campeão, se classificar para a Liga, jogar bem, aí vai ficando...

Você já projeta por mais quantos anos vai jogar?

É a mesma coisa. Enquanto eu vir que tenho condições e estiver bem para jogar, vou jogando. Quando eu vir que é o momento de parar, depois de uma temporada que já não consegue jogar, com muitas lesões, aí a gente tem que entender que é o tempo de parar.

A Tribuna

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