sexta-feira, 13 de março de 2015

Identificado com o Santos e querido pelo time: conheça Marcelo Fernandes



Formado na base do clube, ex-zagueiro supera Dorival Júnior e Vagner Mancini graças a histórico com a camisa da equipe e respeito conquistados dos jogadores

Assim que Enderson Moreira foi demitido, no último dia 5, o Santos foi ao mercado em busca de um substituto. Sondou Abel Braga, mas não gostou dos valores pedidos, e iniciou negociações com Dorival Júnior e Vagner Mancini. Naquele momento, poucos pensavam que a solução para os problemas poderia ser caseira.


Enquanto não havia uma definição para o futuro, o até então técnico interino Marcelo Fernandes ganhou a oportunidade de dirigir a equipe nos jogos contra Botafogo e Palmeiras e foi bem: duas vitórias, cinco gols marcados.


Respeitado pelo elenco e com grande identificação com o Peixe, o ex-zagueiro venceu concorrência mais estrelada e foi efetivado no cargo.


A decisão foi tomada na tarde da última quinta-feira. Uma reunião entre o presidente Modesto Roma Júnior e o empresário Edson Khodor, que cuida da carreira de Dorival Júnior, sacramentaria a contratação do treinador. Antes do encontro, porém, o cartola se reuniu com membros do Comitê de Gestão e resolveu manter Marcelo Fernandes no comando da equipe. 


Apesar da surpresa, já que o presidente não escondia as negociações com os outros dois treinadores, motivos não faltaram para a diretoria dar uma chance a Marcelo Fernandes: a identificação dele com o Santos, o ótimo clima dentro do elenco e os bons resultados do time.


A relação dele com o Peixe é antiga. Formado na base do clube, jogou na defesa santista de 1991 a 1995. Depois, já aposentado, foi contratado em 2011 para integrar a comissão técnica fixa do clube. Desde então, trabalha diariamente no CT Rei Pelé e teve como “professores” Muricy Ramalho, Oswaldo de Oliveira e Enderson Moreira.

Este ano, Marcelo Fernandes passou a realizar atividades específicas com os jogadores da defesa santista, mas, mesmo assim, convivia com os demais atletas e sempre teve boa relação com todos. Ele, inclusive, participava dos tradicionais rachões realizados nos treinamentos.


Desde a saída de Enderson, o ex-zagueiro assumiu a função de técnico: comandou o time nas vitórias contra Botafogo (3 a 0) e Palmeiras (2 a 1). Os bons resultados também contribuíram para sua permanência, mas a identificação com a Vila Belmiro e o respeito dos jogadores foram pontos muito mais importantes. 


O presidente Modesto Roma Júnior admitiu, em entrevista coletiva, que muita gente (conselheiros e pessoas de sua confiança) pediu para ele manter o treinador no cargo e desistir da contratação de Dorival Júnior ou Vagner Mancini. 


Depois do clássico contra o Palmeiras, Robinho, líder do elenco, deu entrevista em que elogiou Fernandes. Era a peça que faltava para que o martelo fosse batido.

Agora, o técnico terá de superar o retrospecto de seus antecessores que começaram como interinos e foram efetivados. Nos últimos sete anos, quatro profissionais da comissão fixa do Santos foram promovidos. Os aproveitamentos, porém, são baixos.


Em 2008, Marcio Fernandes conseguiu livrar a equipe do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, mas conquistou apenas 48,8% dos pontos disputados, enquanto Marcelo Martelotte ficou com 43,75% nas duas passagens dele pelo time, em 2010 e 2011. O que teve saldo mais positivo foi Claudinei Oliveira, em 2013, com 51,2% de aproveitamento.


Agora, porém, a situação é diferente. Os antecessores de Marcelo Fernandes assumiram o Santos em momentos de crise, ao contrário do atual treinador. Os santistas estão na liderança do Grupo 4 do Paulista, com 23 pontos, a melhor campanha do estadual. Além disso, o ex-jogador terá todo o elenco e a diretoria ao seu lado para, com tranquilidade, tentar se manter no cargo.

Globoesporte.com

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