terça-feira, 19 de agosto de 2014

Muricy cita Gabigol e Victor Andrade ao criticar base: "Vem com defeito"


Técnico do São Paulo também coloca a culpa na troca de comando nas categorias e na "Lei do Passe": "Com 15 anos já se faz um grande contrato"

Parte da carreira vitoriosa do técnico Muricy Ramalho foi construída no Santos, entre 2011 e 2013. Foi lá que o treinador conquistou uma Taça Libertadores da América (2011), uma Recopa Sul-Americana (2012) e dois Campeonatos Paulistas (2011 e 2012). No entanto, também vem do Peixe os dois exemplos que o atual comandante do São Paulo puxou pela memória para criticar o que acontece nas categorias de base do futebol brasileiro. Citando Gabriel - também conhecido como "Gabigol" - e Victor Andrade, o técnico afirmou que os jogadores chegam ao profissional com "defeito" no aprendizado por se acharem craques quando ainda são muito novos.

- Tive um trabalho muito grande com o Victor e principalmente com o Gabriel, de chegar e sentar uma hora para falar com os dois, claro que separadamente. O Gabriel ouviu bastante, tanto que melhorou muito em relação ao comportamento, como se portava dentro de um treinamento, do campo. Isso é fundamental porque o cara lá na base já é ídolo, com 15 anos, e às vezes ninguém cobra porque o procurador fica bravo com o treinador. Então o cara vem com bastante dificuldade, bastante defeito (para o profissional). Às vezes essas pessoas que ficam do lado do jogador, ao invés de ajudar, atrapalham. Então a gente tem dificuldade - revelou.

Muricy expressou sua queixa com o status que muitos jovens adquirem, em alguns casos ainda com 15 anos. De acordo com o técnico são-paulino, os contratos firmados com as jovens promessas antes mesmo de chegarem ao profissional os atrapalham durante o desenvolvimento como atleta.

- O grande problema do jogador hoje, principalmente com a questão da "Lei do Passe", é que com 15 anos já se faz um grande contrato, altíssimo, e fala que é o melhor do mundo. Com 15 anos. O cara nem jogou ainda. A dificuldade é muito grande com esses meninos - disse.

O técnico do São Paulo também reclamou da constante mudança de treinadores nas categorias de base. Muricy citou que muitas trocas acontecem motivadas por preferências de escalações das diretorias, que demitem os treinadores quando são contrariados.

- Claro que alguns jovens entendem, como esses dois casos citados (Gabriel e Victor Andrade), que melhoraram muito. Principalmente o Gabriel, que voltou para a Seleção. O técnico realmente tem muito trabalho, porque trocam demais na base. O diretor às vezes não gosta do técnico porque não coloca os jogadores da preferência dele e troca. E não se tem uma linha de trabalho, é complicado - disse.

Arena SporTV

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