quarta-feira, 23 de abril de 2014

Peixe cria normas e adota regimento interno para jogadores profissionais


Dirigentes santistas esperam ter hegemonia de comportamento entre os atletas do elenco. Qualquer contratação ficará ciente das 'regras' quando assinar o contrato

O Santos adota, a partir desta quarta-feira, um regimento interno para atletas profissionais. Em reunião realizada no CT Rei Pelé, os jogadores do Peixe receberam um documento com normas e dicas. Todos os funcionários do clube também terão a "cartilha" em mãos. A iniciativa é tradicional em times europeus e já foi utilizada por brasileiros. 

O principal objetivo do regimento é unificar o comportamento dos jogadores e fazer com que todos saibam como se comportar em público, por exemplo. Punições, como multas, advertências verbal e escrita, suspensão e até desligamento do elenco serão aplicadas caso algum atleta descumpra as normas. 

Os itens do documento foram definidos depois de diversas reuniões, que envolveram todos os departamentos do Santos. O resultado, ao menos na visão dos dirigentes santistas, será satisfatório e, inclusive, bom para os jogadores.

- O regimento não vai servir apenas para o clube. Ele vai unificar todas as dúvidas. Quando um funcionário, incluindo os atletas, tiver alguma dúvida, vai ser só abrir e ver o item referente àquela dúvida. Várias situações serão analisadas antes da aplicação de advertência - explica um dos advogados do clube, Cristiano Caus. 

Mas o regimento não vai servir apenas para punir atletas que descumpram ordens. Ele será um aliado dos jogadores e um material que poderá tirar algumas dúvidas dos funcionários. Lá, consta o que cada atleta pode fazer enquanto não está nas dependências do clube, como ir a um evento social a pedido de um amigo ou de algum torcedor.

- Isso servirá para os jogadores, também. Por exemplo, se alguém chega para o atleta e fala para ele ir a um evento, mesmo que seja em uma padaria, ele vai olhar no regimento e ver se pode fazer isso. Vai ser como um aliado - diz Cristiano. 

O objetivo, porém, não é transformar o Peixe em uma empresa. Segundo o advogado, a ideia é apenas que os departamentos sejam cobrados com base em um regimento e que os funcionários atuem como membros de uma empresa.

- A nossa ideia não é fazer o clube virar uma empresa. Profissionalizar é fazer com que todos sejam cobrados e trabalhem como em uma empresa, mas não transformar o clube nisso. Um time de futebol nunca será uma empresa - completa.

- A expectativa é a melhor possível. O Cristiano que teve a ideia, e temos certeza de que vai ser boa para o clube. Não tem como ser algo ruim - diz André Zanotta, superintendente de futebol do Santos.

A partir da criação do regimento interno de atletas profissionais, toda contratação santista receberá o documento assim que assinar o vínculo com o Peixe. Haverá, também, histórias do clube para que o jogador saiba o que representa a instituição pela qual ele atua. No Brasil, a prática não é comum, mas alguns outros times já adotaram a "cartilha".

Globoesporte.com

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